Depois de
conferir se o esforço do meu conterrâneo Rui Costa, na volta à França, era mais
rentável que os “SWAP’s” da Refer, troquei de canal. No ecrã do meu televisor
estava agora o ex-bispo do Porto, recentemente nomeado Patriarca de Lisboa.
Celebrava uma Missa. Na assembleia viam-se várias caras conhecidas. Em lugar de
destaque estava o ex-Primeiro-Ministro de Portugal, Aníbal Cavaco Silva. Do
outro lado, estavam, na primeira fila a Presidente do Parlamento, reformada e
bem-paga, Conceição Esteves, ladeada pelo ex-primeiro-ministro, Passos
Coelho. Na fila imediatamente a seguir via-se a futura ex-ministra Assunção
Cristas, o futuro ex-ministro Mota Soares e o futuro-ex-primeiro-ministro Paulo
Portas. Pensei, para comigo: deve ser a missa do sétimo dia, só pode ser.
O cadáver
não se via. Aliás deixou de ser visto mal nasceu. Fiquei atento. Queria ver
quem iria fazer o elogio fúnebre. E esperei, ansioso, para saber quem ia
demonstrar tal capacidade intelectual para elogiar quem nada fez, que merecesse ser destacado, enquanto vivo.
Esperei em
vão. Não só não era missa de corpo presente, como nem sequer o morto estava
morto. Aquilo, pela composição da assembleia, parecia uma missa de Acção de Graças. Mas esperei. Esperei e confirmei o que já há muito suspeitava. Dentro da Igreja é o único sítio onde não apupam os nossos
governantes.
Se eu lá estivesse, eu apupava. E não me podiam "deter para identificação" por me manifestar em lugar "sagrado" porque, se se pode bater palmas aos políticos, também podia eu cantar o Grandola. Que pena eu não poder ter lá estado...
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