quarta-feira, 20 de julho de 2005

Obviamente demitiu-se

Independentemente das razões que levaram o ministro das finanças a pedir a sua demissão do governo, era mais que esperada a sua demissão. E as duas razões invocadas são igualmente justificadas. A razão pessoal é que ele não perdeu a sua capacidade de análise, e como homem livre pode e deve exprimir a sua opinião. Quanto ao cansaço, é normal que se sinta desgastado, pois sempre que ele dizia algo sobre economia, era contrariado por decisões do primeiro-ministro, e isso cansa.

terça-feira, 19 de julho de 2005

Jornalismo rafeiro

A TVI, bem ao seu estilo, no decorrer da edição de ontem do seu noticiário, chamava a atenção para uma notícia que dava conta da partida de militares portugueses, para uma missão no Iraque. A estação televisiva explorava o “drama” humano da separação de famílias, deixando de fora o essencial da questão. A mim, cidadão contribuinte, pouco me importa o “drama” da separação, o que me preocupa é a quantia que o Estado terá que pagar, como indemnização ás famílias, caso algo corra mal na missão, e o “contingente” seja reduzido. Isso sim, é que me preocupa.

sexta-feira, 15 de julho de 2005

Benfica de Azul 2



A moda pegou!
Pelo visto não foi por acaso que o Benfica jogou equipado de azul, como mostra a foto captada em Seia, em fins de Junho último.

Pontos de Vista

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Benfica de azul

Gostei de ver o Benfica jogar equipado de azul. Foi bonito! Pode ser o fim dos preconceitos no futebol.

Poemas sem nome 3

Sinto-me quebrar.
(É como se raízes crescessem
Dentro de mim
E eu, pequeno demais,
Cedesse até partir
E deixasse fugir
Tudo o que tenho na minha mão
Mal fechada.)


Armando Vicente

terça-feira, 12 de julho de 2005

25% de aumento na portagem


Utilizei hoje um troço de auto-estrada com portagem, que geralmente não uso, como aliás faz a maioria das pessoas que seguem o mesmo trajecto que eu segui. E não o usamos por uma razão muito simples: é um troço de dois quilómetros, desde o começo atá à primeira saída, e que quem não conhece entra nele sem o desejar, por via da má informação no local. Entra-se na auto-estrada, aparece a portagem, retira-se o título, e sai-se imediatamente a seguir. Tem uma máquina automática para se retirar o “ticket”, e poucos metros adiante tem um portageiro a cobrar € 0.20. Deve dar prejuízo aquela portagem, tendo em conta o número de veículos que a utilizam.
Mas não foi esse o motivo deste “post”. O motivo é mais grave. Custava € 0.20 antes do aumento do IVA, mas agora custa € 0.25 (!!!). Sério! É verdade, como comprova o recibo da portagem aqui reproduzido. Ou seja: um aumento de 25%. É obra!
É bem feito, que é para não acreditar no PS.

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Londres 7/07 (As perguntas estúpidas dos jornalistas)

É frequente, em situações de catástrofe, ouvir-mos os jornalistas fazerem perguntas, perfeitamente descabidas, aos atingidos pela tragédia. Também aconteceu em Londres, não pelos jornalistas ingleses, mas por António Esteves Martins. A senhora entrevistada parecia bem disposta, pois estava em férias, mas o jornalista lá fez a pergunta, e a senhora respondeu:
- Sim, estou muito emocionada.
Disse isso, mas não conseguiu disfarçar a sua alegria (por estar em férias), e na despedida, sorriu rasgadamente para a câmara.
Este tipo de perguntas será jornalismo? É como perguntar a um homem, que acabou de perder a sua casa num incêndio, como ele se sente. São estúpidas estas perguntas, não são?

Patentes de Software

Uma nota de imprensa do PCP dá-nos conta de uma sua proposta ser aprovada no PE por larga maioria. Trata-se de proibir as patentes de software no espaço comum europeu, se bem entendi. Ainda bem que há quem defenda o softwrae livre. Eu já comecei a usa-lo trocando o IE pelo Mozilla Firefox

Aparências



Nem tudo o que parece é|
Qualquer semelhança entre este rabisco e um desenho de gente conhecida, é pura semelhança.
As aparências iludem.

Poemas sem nome 2

De tanta sede,
Bebi as lágrimas que tinha guardadas.

Agora, tenho cactos no olhar
A beberem a ilusão
De um oásis mal sonhado!...


Armando Vicente

quinta-feira, 7 de julho de 2005

A herança de Armando Vicente

Comecei a publicar aqui, ainda que sem a devida autorização do autor, alguns dos belos poemas do meu amigo Armando Vicente. Estou certo que não desagradará a todos.

Poemas sem nome 1

Se escrevo qualquer coisa,
Logo vens apagar o que escrevi.

(Não queres, por certo,
Que saibam que é de ti que falo
Ó fada do incrível,
Do indubitável
Engano
De ser mais um cigano
A morar
Ao luar
E ao relento,
De ser um poeta tão desatento
Que caminha pelo céu
Com pés de terra...).


Armando Vicente

O atentado em Londres

e a interrupção do programa infantil

Absorto no meu trabalho, sou interrompido pela “Di”:
- Pai, que aconteceu em Londres?
- Londres foi a cidade escolhida para realizar os Jogos Olímpicos de 2012.
- Não é isso! Aconteceu algo de grave lá, porque em todos os canais dá a mesma coisa.
A correr fui até ao televisor; era um atentado terrorista.
A “Di” é a minha filha mais nova, e vai crescer entre desenhos animados interrompidos com notícias sobre atentados terroristas, e o que eu lhe queria ensinar.
Vou perder esta batalha!

Herança



"Tantas palavras a aprodecer
E nenhuma consegue dizer
A tristeza que trago a boiar
Neste desalento imenso
Que não sabe desaguar..."






"Um país para viajar,
Versos de fraga
Para resgatar
E sementes de Esperança
Para cultivar:
Foi esta a minha herança!"



É desta forma que começa e acaba o primeiro livro de Armando Vicente. brevemente divulgarei mais alguns dos poemas que medeiam.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Festas populares não pagam impostos

Nesta altura do ano, um pouco por toda a parte, sobretudo no norte do país, realizam-se festas populares em honra do respectivo padroeiro, ou de um outro santo cuja devoção seja significativa. Em cada fim de semana, numa ou noutra aldeia, há um arraial. Por vezes a poucos quilómetros de distância realizam-se várias ao mesmo tempo.
Numa pequena aldeia, com cerca de dois mil habitantes, a festa deste ano tem um orçamento de sessenta mil euros, gastos em fogo de artifício, espectáculo de variedades, bandas de música, iluminações e decorações, entre outros. Tudo pago em dinheiro, nada de cheques, e nada de recibos. Quantos milhões de euros são transaccionados em cada ano neste mercado paralelo? Quantos milhares de euros “fogem” dos cofres do Estado?
Será que ninguém sabe disto? Eu sei.

G8 e a violência

As cenas de violência entre activistas anti-globalização e as forças de segurança não me convencem. É evidente que são reais, mas não naturais, ou seja: não acontecem por acaso.
É por desprezo pela segurança que se mediatiza uma conferência mundial, ou é por conveniência? Estas manifestações de activista a favor do fim da fome no mundo não serão encomendadas?
Eu sou a favor da globalização! Defendo a globalização da riqueza, dos direitos humanos, dos cuidados de saúde, do bem estar, enfim, sou a favor de uma mais justa distribuição da riqueza do planeta. E podem dizer que a miséria em África se deve em grande parte à corrupção e a outros males, podem acusar este ou aquele regime, mas a verdade é que nenhum regime ou sistema sobrevive sem o apoio de quem detém o poder no mundo. Só há guerras porque se fabricam armas e as empresas que as produzem querem lucros. Por isso, da próxima vez que se reunirem em cimeira, façam-no discretamente, porque assim poupam-nos a cenas de violência gratuita, já que dessas cimeiras pouco sai de positivo para a humanidade.

Má educação ou desprezo?

Mandam as regras da boa educação que, quando alguém nos dirige a palavra, estejamos com atenção. Não é isso que acontece frequentemente no parlamento. Já assisti por várias vezes, nos últimos meses, via ARtv, a debates no parlamento e sempre notei essa falta de respeito, por parte de membros do governo, para com quem lhes dirige a palavra. Enquanto deputados, eleitos pelo povo, questionam o governo, os questionados entretêm-se em amena cavaqueira, por vezes na galhofa, mostrando total desprezo por quem nos representa.
Como isso fica mal ao governo, sugiro que, se não conseguem conter-se, substituam os funcionários que fazem chegar até nós aquelas imagens degradantes para a democracia.

terça-feira, 5 de julho de 2005

Rates, arredores de Portugal

Nasci em 1956. Dez anos depois tinha concluído a escola primária. Em 1969 fiz uma tentativa para recomeçar, aproveitando o facto de estar a trabalhar e as finanças da família estarem ligeiramente aliviadas, fui estudar à noite. Era um curso técnico e, embora não sendo a minha preferência, tentei. Tentei mas não consegui. Tinha treze anos, vividos numa pequena aldeia do concelho de Vila do Conde, e rapidamente sucumbi ás tentações da boémia. Chumbei no primeiro período por faltas, mas não perdi tudo; foi nessa altura que iniciei a minha actividade política. Desde essa altura, só voltei a ver uma escola por dentro na época do recenseamento, em que participei activamente.
Actualmente com quase quarenta e nove anos, tento que as minhas filhas não sigam o mau exemplo que sou, apesar de hoje tudo ser diferente, para melhor. Preocupam-me as notas delas. Tento na medida do possível ajudar no que posso. Quero ter orgulho nelas um dia mais tarde e não me envergonhar de tudo o que elas vierem a ser no futuro.
Vem isto a propósito de os pais se preocuparem com o futuro dos filhos, atitude natural, mas que não é seguida por todos neste país. Sendo eu um “filho da Nação”, supostamente o “meu pai” será o Estado, logo devia se preocupar com o bem-estar de todos os seus filhos, em todas as suas vertentes, económica, social e cultural.
Hoje vai ser explicado ao país onde como e quando, vai ser aplicada a astronómica verba anunciada há dias pelo executivo do Eng. Sócrates. É certo que vão dizer que tudo estava no programa eleitoral do PS, portanto têm legitimidade para aplicar o dinheiro onde como e quando lhes aprouver. Mas aqui a questão é outra. Trata-se de respeitar os que votaram noutro sentido nas eleições que os elegeram, ou seja, uma boa parte dos eleitores não escolheram este governo, mas também têm opinião, o que equivale a dizer que, para investimentos desta envergadura, como os que vão ser anunciados, sendo estrategicamente importantes para o país, não lhes ficaria nada mal reunirem o maior consenso possível à volta deste assunto, porque eu ouvi falar em mil milhões de euros para investir na “banda larga” e, como ainda não chegou à minha zona, se fosse possível investir algum aqui, eu nunca mais me importaria de ouvir dizer que Portugal está no pelotão da frente, no que diz respeito à implementação das novas tecnologias, caso contrário, vou continuar a achar que vivo nos arredores de Portugal. É que a internet para mim também é uma ferramenta de trabalho, mas como é tão dispendiosa (gasto cerca de 40 euros semanais), limito-me a utiliza-la só à noite, fazendo um esforço para me manter acordado no dia seguinte logo a partir das sete da manhã.

Estilos

Porque é que o PCP não aceita que o PS é seu inimigo?
Lembro-me do PCP aconselhar os seus eleitores a votarem em Mário Soares, numas eleições presidenciais há uns anos atrás. Era melhor Mário Soares que o candidato da direita. E Mário Soares foi eleito Presidente da República. Paro o PCP é melhor um socialista que um social-democrata.
O sr. Sócrates, secretário geral do PS, na apresentação do candidato à Câmara de Lisboa, afirmou que só há dois candidatos à presidência da Câmara: Maria Carrilho e Carmona Rodrigues. Portanto, ou se escolhe entre o PS e o PSD ou se perdem os votos. Votar noutro candidato é desperdiçar o voto.
Este Sócrates, no seu autoritário e arrogante estilo de se comportar, se estivesse na Madeira era muito semelhante ao que lá está. São dois redutores da nossa democracia. Um não quer lá os indianos e os chineses, o outro não quer em Lisboa ninguém além de socialistas e sociais-democratas. Alias, no Partido Socialista sempre se pensou assim: à direita o PSD, à esquerda nós! E têm razão.
Tudo começou quando Mário Soares falou pela primeira vez na alternância democrática, e só vai acabar quando a lei, aprovada pelos dois partidos, limitar as nossas escolhas a eles próprios, tornando assim a nossa decisão “mais facilitada e mais clara”.
No entanto, se acaso fosse necessário optar, o PCP preferiria o sr. Sócrates em prejuízo de Jardim. São coisas de políticos, que eu não entendo, aliás, sugiro ao PCP que não apresente nenhum candidato em Lisboa, apele desde já ao voto em Carrilho.
E porque não se fundem eles (PS e PSD)num só, eliminando todos os outros partidos, dispensando-nos dos actos eleitorais e assim o país poupa uns milhões? Para que raio serve a alternância democrática se apenas mudam os protagonistas que desempenham o mesmo papel?
E aquela propaganda na TV a propósito de Sintra? Quem se atreve a qualificar aquilo?
Para mim não há qualquer diferença entre os dois partidos da área do poder, por isso, venha o diabo e escolha.
Durante muitos anos, na freguesia onde resido, o PS era o terceiro partido e sem hipóteses de ganhar. No entanto as coisas mudaram. Hoje o PS é o partido vencedor. Se essa regra tivesse sido aplicada já o PS teria sido banido da minha terra. E de muitas outras. Ou será que essa regra só se aplicaria onde conviesse?