terça-feira, 5 de julho de 2005

Estilos

Porque é que o PCP não aceita que o PS é seu inimigo?
Lembro-me do PCP aconselhar os seus eleitores a votarem em Mário Soares, numas eleições presidenciais há uns anos atrás. Era melhor Mário Soares que o candidato da direita. E Mário Soares foi eleito Presidente da República. Paro o PCP é melhor um socialista que um social-democrata.
O sr. Sócrates, secretário geral do PS, na apresentação do candidato à Câmara de Lisboa, afirmou que só há dois candidatos à presidência da Câmara: Maria Carrilho e Carmona Rodrigues. Portanto, ou se escolhe entre o PS e o PSD ou se perdem os votos. Votar noutro candidato é desperdiçar o voto.
Este Sócrates, no seu autoritário e arrogante estilo de se comportar, se estivesse na Madeira era muito semelhante ao que lá está. São dois redutores da nossa democracia. Um não quer lá os indianos e os chineses, o outro não quer em Lisboa ninguém além de socialistas e sociais-democratas. Alias, no Partido Socialista sempre se pensou assim: à direita o PSD, à esquerda nós! E têm razão.
Tudo começou quando Mário Soares falou pela primeira vez na alternância democrática, e só vai acabar quando a lei, aprovada pelos dois partidos, limitar as nossas escolhas a eles próprios, tornando assim a nossa decisão “mais facilitada e mais clara”.
No entanto, se acaso fosse necessário optar, o PCP preferiria o sr. Sócrates em prejuízo de Jardim. São coisas de políticos, que eu não entendo, aliás, sugiro ao PCP que não apresente nenhum candidato em Lisboa, apele desde já ao voto em Carrilho.
E porque não se fundem eles (PS e PSD)num só, eliminando todos os outros partidos, dispensando-nos dos actos eleitorais e assim o país poupa uns milhões? Para que raio serve a alternância democrática se apenas mudam os protagonistas que desempenham o mesmo papel?
E aquela propaganda na TV a propósito de Sintra? Quem se atreve a qualificar aquilo?
Para mim não há qualquer diferença entre os dois partidos da área do poder, por isso, venha o diabo e escolha.
Durante muitos anos, na freguesia onde resido, o PS era o terceiro partido e sem hipóteses de ganhar. No entanto as coisas mudaram. Hoje o PS é o partido vencedor. Se essa regra tivesse sido aplicada já o PS teria sido banido da minha terra. E de muitas outras. Ou será que essa regra só se aplicaria onde conviesse?

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