segunda-feira, 8 de abril de 2013

E agora, Pedro?

Ó Pedro, ontem ficastes mal no retrato. Então atiras-te assim ao TC? A minha sogra, a octogenária que não sabe ler, até me perguntou quem foi que fez aquele orçamento que o Tribunal acha inconstitucional. Ela Falou num rei que matava os mensageiros, quando a mensagem que lhe traziam não era do seu agrado. Ela acha que tu és igual. "Então ele faz um orçamento que é contra a lei? Esperava o quê?".
Vamos lá, Pedro, coragem. Assume que era mesmo isso que querias, para castigar esses malandros portugueses, que não param de reivindicar o direito a viver dignamente.
Sabes Pedro, enquanto tu te atiravas violentamente contra pessoas dignas, a minha esposa estava numa clínica particular, porque o hospital recusou fazer o tratamento necessário e o centro de saúde estava encerrado. Ela pagou o que já devia estar pago pelos descontos que faz, mensalmente, para a Segurança Social. E sabes que a clínica tem uma parceria com o Estado? Estranho, não é? E, por falar nisso, é verdade que "o serviço da dívida" custa tanto como o nosso SNS?
Olha Pedro, há outra forma de saíres do buraco em que te metestes: aumenta as receitas, em vez de reduzir despesas. Em vez de privatizares, ou seja venderes, o que resta do que ainda dá lucro ao país, nacionaliza o que é mais rentável. Imagina que os lucros da Galp, da PT, e da EDP voltavam a entrar nos cofres do Estado? Não ficávamos bem? Até sobrava dinheiro para emprestarmos, a juro decente, aos outros países. Ah, mas é preciso colocar nessas empresas, administradores que não sejam contra as nacionalizações, para não acontecer o que já aconteceu quando todas davam prejuízo e, mal foram privatizadas, com os mesmos gestores, começaram logo a gerar "dividendos".
Bem sei que vais dizer que isso é impossível. A UE não permite, etc, etc. Também sei que não tens vocação para essa solução. Eu sei isso. Mas, por acaso tu sabes que eu, e a maioria dos portugueses, já não tem mais por onde apertar?
A minha sogra acha que só podes ir buscar dinheiro onde o houver. Ela tem razão. Pedro, faz alguma coisa menos má para o nós. Nós merecemos. Somos o melhor povo do mundo. Não achas?

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