segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Um castelo de cartas

É impressionante o que se passou no sul dos EUA. Grande tragédia humanitária provocou o furacão “Katrina” (vá lá saber-se porquê este nome)! E nós só conhecemos o que se passa em New Orleans. Como será no resto do Estado de Louisiana?
As causas destas catástrofes naturais são por mim desconhecidas, mas julgo ter a ver com as mudanças climáticas que, por acção do homem, estão a ter influência no nosso modo de vida.
Portugal, como lhe compete, no âmbito da solidariedade internacional, prestou-se a ajudar o povo americano, tal como tem feito em situações semelhantes, em países onde isso, quando acontece, toma dimensões gigantescas, devido à sua pobreza e subdesenvolvimento.
Mas aqui trata-se da maior super-potência do planeta. Trata-se do país que se envolve em toda a parte, onde os povos “precisam” ser libertados de ditadores, normalmente hostis ao regime e poder americano, despendendo avultadas verbas em armas e outro material bélico, mesmo sem que lhe seja solicitado. Não entendo porque é que “eles” nunca se preocuparam com Portugal, que viveu sob ditadura quase meio século. Mas enfim, como diria a SIC, trata-se de uma questão de critério político.
Esta tragédia, chamada Katrina, veio pôr a nu a realidade americana. Se acontecesse em New York, certamente que o mundo assistiria a um enorme aparato, socorrendo prontamente as vítimas sobreviventes e seria um espectáculo para o mundo, mas como foi no sul, no sítio onde vivem os negros mais pobres, e como isso não lhes dava “credibilidade” no mundo, erraram ao avaliar a situação, e só tarde-a-mal e a más horas é que tomaram consciência da gravidade da tragédia. No entanto é notória a falta de capacidade das autoridades para resolverem a situação. Afinal a super-potência que nós conhecíamos, só existe no papel. Ou talvez existisse mesmo, mas desmoronou-se como um castelo de areia. A super-potência, só o é em armas para fazer a guerra, em vontade e coragem para ajudar o seu próprio povo, é tão frágil como o terceiro-mundo, ou talvez pior, já que o seu orgulho atrasou o pedido de ajuda internacional. O Eldorado que se via nas televisões afinal é só para alguns.

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