quinta-feira, 19 de maio de 2005

Mudar para ficar na mesma

Afinal aquilo que os socialistas do PS disseram na campanha eleitoral não era para levar a sério. Tudo o que disseram, ou quase tudo, era só a brincar. Todos os defeitos do governo PSD (défice, fim das SCUT, despedimentos na função pública, aumento dos impostos, etc. etc.), afinal eram virtudes. José Sócrates acusava o anterior governo de, por estar obcecado com o défice, impedir o crescimento económico do país e consequentemente aumentar as condições de vida dos portugueses. E tinha razão, porque quando há uma diferença negativa entre o deve e o haver, só há duas maneiras (e não uma) de equilibrar as contas: reduzir os gastos ou aumentar as receitas.
Reduzir os gastos não implica despedimentos, bem como aumentar as receitas não significa agravar os impostos. As receitas do Estado provêem apenas dos impostos? As empresas onde o Estado tem capital investido não distribuem dividendos? E quanto custa manter o infindável número de institutos que possuímos, sem sabermos o que rendem? É natural que haja empresas públicas com funcionários a mais, mas se os despedirem não vai sair igualmente caro ao país? E que culpa tenho eu, bem como a maioria dos portugueses, que se admitissem funcionários em excesso?
Afinal o PS e o PSD são muito iguais. E o Presidente da República também tem culpa, ou só convocou eleições porque gosta mais da cara de Sócrates? É que a maior diferença entre o anterior governo e o actual são mesmo as caras das pessoas que o compoêm, as políticas são as mesmas, e o que eu queria, quando votei nas eleições de Fevereiro, era mudar de políticas e não as caras.
Já agora, uma provocaçãozinha: porque nada mudou desde então, se não tivesse havido eleições, quanto pouparia o país?

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