sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Quando um morto não merece respeito

- Morreu  António Borges!
- Antes ele que eu!
- Não lamentas a morte dele?
- Não! Lamento o seu nascimento!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O que pensam as cagarras da Madeira

 
"Lá vem outra vez esse gajo! Vai haver merda no continente!"

Quando um currículo é cadastro de criminoso

Quando um português honrado elabora o seu "currículo", rebusca todos os recantos da sua memória para que nada fique esquecido. É bom que o futuro patrão conheça bem todas as suas capacidades. A menos que algumas das suas capacidades sejam pouco abonatórias da sua dignidade.
Rui Machete esconde alguns dados do seu passado, horas antes de integrar o governo do meu país.

terça-feira, 23 de julho de 2013

A minha felicidade por kate ter parido um rapaz

Como me sinto feliz!
Kate Middleton pariu um rapaz!
Esta notícia foi até dada pela minha televisão.
Ontem todas as televisões estiveram em directo, a partir de uma porta inglesa, enquanto em rodapé aparecia o aviso. Quis saber quem será essa tal Kate. Busquei e rebusquei. Fiquei a saber o mesmo. É casada com um descendente da monarquia inglesa. Mas isso nada me diz. Não conheço a mãe. Nem o pai. Nem isso me interessa. Mas fiquei feliz. Ó se fiquei.
Grande país o meu, onde as televisões noticiam a paridura de uma inglesa porque ganham dinheiro com isso. Nobre Povo.
Enquanto isso, o nosso anilhador de cagarras não aceitou a remodelação, mandou que os três rapazes se sentassem (a conversar), e, como o resultado não foi o que ele queria, aceitou a remodelação. Pior, afirmou que os manteria até ao fim da legislatura.
Triste permaneci, mas a notícia de que a Kate pariu um moço, isso sim, fez-me feliz. E como me sinto feliz. Nação valente. Mas mortal.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Segundo resgate? Porquê?

Agora falam num segundo resgate!
Esta notícia trouxe-me à memória o resgate, que presenciei, de um piloto de Fórmula Ford, depois de ter caído no Rio Ave, durante uma prova no circuito de Vila do Conde. Estava quase a ser retirado (o carro e o piloto) quando, porque o peso do bólide era demasiado, o cabo que o resgatava quebrou-se, e carro e piloto, voltaram a cair no fundo do rio. Nova tentativa e retiraram da água o piloto. Só que este havia morrido.
Se falam em segundo resgate, é porque o cabo com que nos queriam resgatar também se quebrou. Resta-nos ter esperança que ainda estejamos vivos quando, finalmente, nos tirarem do buraco em que nos meteram. Se é que há buraco.

Já nem o Camilo acredita neles

Camilo Lourenço, esse "analista", que às vezes fala na televisão, disse hoje, na RTP, que, depois dos episódios da última semana, já ninguém acredita neste governo.

Aplausos na igreja, apupos na rua



Depois de conferir se o esforço do meu conterrâneo Rui Costa, na volta à França, era mais rentável que os “SWAP’s” da Refer, troquei de canal. No ecrã do meu televisor estava agora o ex-bispo do Porto, recentemente nomeado Patriarca de Lisboa. Celebrava uma Missa. Na assembleia viam-se várias caras conhecidas. Em lugar de destaque estava o ex-Primeiro-Ministro de Portugal, Aníbal Cavaco Silva. Do outro lado, estavam, na primeira fila a Presidente do Parlamento, reformada e bem-paga, Conceição Esteves, ladeada pelo ex-primeiro-ministro, Passos Coelho. Na fila imediatamente a seguir via-se a futura ex-ministra Assunção Cristas, o futuro ex-ministro Mota Soares e o futuro-ex-primeiro-ministro Paulo Portas. Pensei, para comigo: deve ser a missa do sétimo dia, só pode ser.
O cadáver não se via. Aliás deixou de ser visto mal nasceu. Fiquei atento. Queria ver quem iria fazer o elogio fúnebre. E esperei, ansioso, para saber quem ia demonstrar tal capacidade intelectual para elogiar quem nada fez, que merecesse ser destacado, enquanto vivo.
Esperei em vão. Não só não era missa de corpo presente, como nem sequer o morto estava morto. Aquilo, pela composição da assembleia, parecia uma missa de Acção de Graças. Mas esperei. Esperei e confirmei o que já há muito suspeitava. Dentro da Igreja é o único sítio onde não apupam os nossos governantes.
Se eu lá estivesse, eu apupava. E não me podiam "deter para identificação" por me manifestar em lugar "sagrado" porque, se se pode bater palmas aos políticos, também podia eu cantar o Grandola. Que pena eu não poder ter lá estado...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Eles não páram

As notícias sobre a queda dos juros da dívida pública portuguesa, pretendem o quê?
Pressionar Paulo Portoas, claro.

Paz social a que preço?

Segundo o ionline o Estado português é fiador da UGT, desde 1996.
Terá sido isso que terá peado a UGT, durante todos estes anos?

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O deve e haver da demissão de Portas

Antes da "tomada de posse" da nova ministra, a comunicação social não se cansou de ressaltar "a vitória que Luís Albuquerque conseguiu, com o nosso regresso aos mercados. Hoje, a mesma imprensa, realça, através de André Macedo, que nos vai ficar caro a demissão de Portas.
Não percebo (ou talvez perceba) porque raio não contabilizam os ganhos que essa decisão pode trazer ao país. Ou os sacrifícios, em vão, feitos por todos nós, não valem nada? Nesta conta de mercearia, todos sabemos que ficamos a ganhar.

A última chance


Dois putos brincavam no beiral de um poço. Um deles, o que mais sabe imposturar, ameaçava empurrar o outro. Por sua vez o outro, o que sabe mentir melhor, nunca se preveniu e continuava a arreliar este. Quando o mais mentiroso se pôs a jeito, o mais impostor empurrou-o. Na queda, o mais mentiroso agarrou o mais impostor e caíram ambos.
A queda do governo é mais do que evidente. Vai cair de podre, o que é preocupante, porque deixa atrás de si um rasto perigoso. Mas vai cair sim. Finalmente a Primavera vai chegar. Passos sabe (ou pensa) que se adiar a demissão de Portas, fará com que Portas fique mais fragilizado dentro do CDS. A ver vamos.
E então quais são os cenários? Mais tarde ou mais cedo, são eleições.
E que resultará das eleições? Exactamente a mesma seita a governar este pobre país. Mal o moço que nos tem governado anunciou que não aceitou a demissão de Portas, já se ouviam os eleitores a condenar a falta de lealdade do ministro dos negócios estrangeiros. Alguns acham que tudo é estratégia de Pires de Lima e não votam no CDS. Voltarão a votar PSD. Outros, eleitores do PS, acham que Passos deve ir até ao fim. Outros acham que ficará tudo na mesma e que a ideia de emigrarem cada vez tem mais força. É assim que o nosso Povo pensa. Acham-se condenados e do mal o menos. É uma espécie de colonoscopia com ou sem anestesia; tem que ser feita e quanto menos dolorosa melhor. É assim que pensam.
Portanto, só há uma saída: o PS ser o mais votado e os partidos à esquerda dele obterem força suficiente para o obrigar a um entendimento. É esse o papel do PCP e do BE. Se isto for bem explicado aos portugueses, venceremos.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Perguntas de uma octogenária que não sabe ler, nem escrever


Estimado Pedro,
Continuo preocupado contigo. Tu precisas de tratamento. Psiquiátrico, pelo certo.
Lembras-te de um moço do teu governo sair por ter sido acusado de ter feito umas falcatruas numa empresa do Estado? Sabes para onde ele foi? Voltou ao lugar onde cometeu os crimes de que o acusaram. Terá sido para continuar o “trabalhinho”? Ou é o merecido prémio por ser um moço sem vergonha?
Seja lá por que motivo for, o certo é que ele continua lá, apesar de todo o mundo achar isso errado. Sabes onde ele devia estar, não sabes? Foi para esses tipos que se construíram uns edifícios com grades nas janelas. Mas está bem. Também te desculpamos isso, que aliás já passou.
O que a minha sogra não te perdoa é essa tua mania de continuares casmurro. Ela quer saber se a nomeação de Maria Luís Albuquerque é um prémio por ela ter assinado os tais contratos em que o Estado perde sempre (ou na maioria das vezes), ou se é birra tua? Que dizes?
Eu disse-lhe que a nomeação dela foi por mais ninguém aceitar juntar-se ao teu bando, mas ela, octogenária que não sabe ler nem escrever, acha que apenas a escolhestes por seres incompetente, apesar de eu te achar um homem que sabe o que está a fazer. Mas ela insiste e pergunta se estás a tratar já do teu futuro e a garantir que vais ter um cargo bem remunerado, e por isso colocas nos cargos mais importantes, as pessoas que os alemães acham serem os melhores.
É isso, não é?

Se a partitura é má, má será a música

Dependendo da nossa posição, a sonoridade da orquestra pode soar bem ou mal.
Nas primeiras filas da plateia, ouviram-se aplausos. Ruidosas palmas. Nas filas do meio, como era a primeira obra a ser tocada pela nova orquestra, as pessoas que são por natureza mais críticas que quaisquer outras, quer ocupem as filas da frente ou as de trás, notaram a afinação de todos os executantes, e notaram que alguns sons, mesmo afinados com os restantes músicos, soavam mal. Porém, era a primeira apresentação da nova orquestra e mantiveram-se calados. Já nas filas de trás, ouviram-se alguns apupos. É nas filas de trás que se percebe melhor quando algum instrumento é mal tocado. São os detrás que sentem a dor da sinfonia mal executada.
No segundo concerto, ainda antes de começar o espectáculo, alguns comentavam que a música que andava a ser tocada era mal executada. Estes eram os que ocupavam os lugares das últimas filas. Alguns das filas do meio concordavam, outros não. Mas logo vieram alguns dos que ocupam as filas da frente e garantiram que os sons produzidos pela nova orquestra eram bem afinados. Eles executavam, à risca, tudo o que liam na pauta. Os das filas de trás, sentindo o mal que aqueles sons lhes fizeram, não se calavam e protestavam, embora em surdina. Alguns das filas do meio, também sem grandes alaridos, começaram a alertar para a possibilidade de ser a partitura que estivesse errada.
Estavam nessa meio-surda discussão, quando soaram as campainhas que avisam que as luzes se vão apagar. Entraram todos e sentaram-se nos respectivos lugares. Os de trás notaram que havia alguns lugares nas filas do meio que não foram ocupados, mas sentaram-se. A orquestra começou a tocar e estava realmente afinada. Havia, lá no meio da orquestra, alguns instrumentos que, de vez em quando e muito suavemente, destoavam, mas logo o regente os corrigia. E eles voltavam a tocar afinado. Alguns tocavam “pianíssimo” para não incomodarem muito. Mas tocavam.
Ainda não tinham acabado de executar a partitura e começaram a ser audíveis, entre a plateia, alguns sussurros. E já não eram só os das filas de trás. Havia já nas filas da frente quem se queixasse dos sons que eram tocados. E isso aconteceu em vários concertos, até que um dia, um dos executantes, precisamente um dos solistas mais importantes, o que era mais contestado pela plateia, foi substituído. Para o seu lugar entrou uma mulher. Na fila da frente ouviu-se logo alguém, com sotaque germânico, dizer: "É reconfortante saber que a orquestra vai manter o rumo e que a nova executante irá continuar o bom trabalho feito até agora.” E vai continuar, com certeza, porque o que está mal, não é o executante, mas sim a pauta que lhe distribuíram. Pior: a partitura está errada. Vamos continuar a ser feridos pela já velha orquestra que toca sempre a mesma música.